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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

nao deixem de ler este artigo - é a pura realidade

Parem de chamar professores de educadores! - http://www.otempo.com.br/supernoticia/acervo/?IdEdicao=1228&IdColunaEdicao=3849 - Eduardo Aquino
Sou do tempo que professores eram seres sagrados, pelos quais tinham respeito absoluto (e até certo medo de sermos punidos). Muitas vezes chamávamos tais professores de mestres.

Afinal, a função deles era uma nobreza e importância capital na nossa vida: transmitir os conhecimentos, passar sua sabedoria para que nós de ano em ano subíssemos os degraus que nos conduziram a uma profissão da qual dependeríamos para viver, sobreviver, nos destacar no mundo, criar a base, o alicerce no qual ergueríamos uma história de vida, uma família, um destaque na sociedade que viveríamos. Ainda hoje me lembro das minhas professoras de pré-primário: dona Violeta, dona Guilhermina, ou ainda do rígido professor de português, o temido Dalmir, ou o professor José Moura de história, Maria Helena, de biologia, ou professora Amélia de química. Figuras que entravam no nosso coração e mente, e décadas depois, ao cruzarmos nas "esquinas" da vida, orgulhosas vinham manifestar a alegria de ver seu ex-aluno se destacando em sua área. Havia afeto, reconhecimento, mas, principalmente, RESPEITO!

Muita coisa mudou desde então. As excelentes escolas públicas Imaco, Marconi, Estadual Central viram em BH os colégios-cursinhos se alastrando, o aluno virando número, o vestibular como objetivo de tudo, em detrimento do bom ensino, do talento natural e orgulho em ser um professor, um mestre! A geração tecnológica - viciada em games, internet, celulares - os pais omissos, sem tempo, separados, ausentes, a baixa remuneração e o péssimo preparo acadêmico nas faculdades, crianças excitadas, inquietas, agitadas, pré-adolescentes precocemente "adultas", mas na verdade imaturas, dependentes de multimeios, sem base comportamental. E, para completar esse "angu com caroço", adolescentes em bandos, absolutamente sem limites, noção de moral, ética, egocêntricos, narcisistas indiferentes (lógico que há uma minoria que é ótima, respeita os mais velhos, são cooperativos etc..)

Ora, e ainda os "burocratas da educação" que povoam Brasília e capitais (na esfera federal e estadual) com projetos mirabolantes, maquiagens para inglês ver, programas teóricos típicos de quem nunca frequentou escolas pobres das periferias de grandes centros, de cidades pobres e resolvem que professores serão chamados de EDUCADORES!!! Meu Deus, quanta heresia! No inconsciente coletivo educar é corrigir, punir, dar bons modos, "boa educação", "amansar os capetinhas", colocar ordem na casa, em fim tarefa que é claramente FAMILIAR!!! Se professores deprimidos, doentes, mal dão conta de sua função de lecionar, transmitir os conhecimentos e conteúdo didáticos, como denominá-los "educadores", com pais queixando na escola da má-educação, consumo de bebidas, drogas, sexualidade precoce, violências e gangues!!! E haja Conselho Tutelar e Promotoria da Criança e Adolescência, uma vez acionados e de posse do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a exigir "lugar de criança e adolescente é na escola!" Que escola!!!! Que professores se esses estão doentes com a síndrome de Bournout!

Quem vai propor algo para quebrar esse ciclo vicioso e tirar o "Brasil Emergente" dos últimos lugares na área de educação (54 entre 56 nações pesquisadas). Um dia levei o projeto "Ecologia Humana nas Escolas Públicas" para a então secretária da Educação do governo do Estado de Minas Gerais, onde propunha a inserção das ciências do comportamento na comunidade escolar que beneficiaria com ações paradidáticas alunos, professores, pais e família, funcionários das escolas. Resposta: Nenhuma!!! Aqui no Centro-Oeste estamos em plena implementação de tais projetos e o publicaremos em breve para servir de exemplo para 5.500 municípios brasileiros. Aprendi uma lição em Minas: "Santo de casa não faz milagre". E estou em plena realização de projetos de mais de 15 anos e agora os vejo ser implantados com sucesso. Professores heróicos, pais desesperados, alunos desorientados, aguardem...
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