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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sonegação soma R$ 1,3 bilhão -> Novas armas de combate à sonegação no país -> Lei acaba com a diferença entre trabalho na empresa e remoto -> Causas sagradas


em 2006
"A alegria é o fogo que mantém aquecido o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência." (Helen Keller)

Nunca há excesso na caridade. Sir Francis Bacon


Sonegação soma R$ 1,3 bilhão - http://www.jornalcontabil.com.br/v2/Contabilidade-Tributos/1918.html

    O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) calculou em R$ 1,3 bilhão o montante sonegado em 2011 em impostos não recolhidos na venda de etanol hidratado. O sindicato estima que cerca de um terço do produto vendido no país não recolha a totalidade de impostos.
    “Parte importante do tributo do etanol é de responsabilidade das distribuidoras. Infelizmente, empresas inescrupulosas sem patrimônio relevante se aproveitam disso para sonegar”, afirmou o presidente do Sindicom, Alísio Vaz, em vídeo publicado na internet.
    A entidade defende que a cobrança dos tributos que incidem sobre o etanol - PIS, Cofins e ICMS - deva ser feita no produtor, como é realizado com a gasolina e o diesel comercializado no país.
    O Sindicom aponta duas formas de sonegação praticadas: a venda sem a emissão de nota fiscal e com emissão do documento, mas sem o recolhimento dos impostos. No segundo caso, as distribuidoras sem ativos acumulam passivo tributário e encerram em poucos meses suas operações, sem saldar o débito.
    O vídeo produzido pelo Sindicom pode ser visualizado pelo link.

Novas armas de combate à sonegação no país - http://www.jornalcontabil.com.br/v2/Contabilidade-News/1921.html

    A sonegação fiscal é um dos fatores que mais comprometem o desenvolvimento de uma economia, especialmente quando se trata da economia de um país emergente, como o Brasil. Toda sorte de justificativas é usada pelos sonegadores, desde a alta carga tributária, passando pelos complexos passos para o pagamento dos impostos, até a corrupção entre os responsáveis pelo destino do tributo.
    Apesar de total ou parcialmente verdadeiras, na grande maioria dos casos essas justificativas acabam sendo usadas mais como pretextos para uma prática que vem corroendo a saúde da economia nacional: a concorrência desleal. Para enfrentar o problema, vez ou outra, se fazem megaoperações, que têm caráter punitivo e também um significativo efeito midiático.
    Em agosto, por exemplo, a Polícia Federal levou a cabo uma dessas iniciativas, com ações coordenadas no Distrito Federal e em 17 Estados. O objetivo era recuperar aos cofres públicos R$ 1 bilhão em impostos desviados.
    Tecnologia pode ajudar quando proporciona recursos necessários ao rastreamento de produtos desde a origem
    Essas operações são muito importantes, pois fazem parte do esforço de fiscalização. Mas a prevenção também é fundamental para evitar que haja sonegação de impostos.
    Nesse caso, a tecnologia pode ajudar. Principalmente quando proporciona os recursos necessários para o rastreamento de produtos, desde sua produção até a venda ao consumidor. Mecanismos para rastrear e controlar produtos têm sido desenvolvidos em iniciativas de empresas e instituições da sociedade civil que contam com a colaboração da União e de unidades da Federação.
    Dois mecanismos têm tido bons resultados: o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) e o Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios). São dois setores da economia muito bem organizados, mas que frequentemente sofrem concorrência desleal por estarem na mira de alguns produtores ansiosos por obter vantagens competitivas pela via da sonegação de impostos.
    Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que mais de 60% das vendas de destilados ocorrem na informalidade. Para mudar essa realidade, em 2008 a União adotou o Sicobe, ferramenta que permite rastrear a bebida produzida no país. O Sicobe envia à Receita Federal, em tempo real e diretamente das fábricas, informações sobre fabricante, marca, data de fabricação do produto, volume, embalagem, etc.
    Os resultados são expressivos: um ano após sua implantação, a arrecadação de impostos federais, como IPI, PIS e Cofins, aumentou em 20% no setor de bebidas. O sucesso está levando os Estados a repetir a experiência, para combater a sonegação de tributos como o ICMS.
    O desembolso de R$ 0,03 por unidade, a fim de ressarcir a Casa da Moeda pelos procedimentos de manutenção do sistema, provocou reação de alguns pequenos e médios fabricantes. Mas o tempo deve mostrar que vale mais a pena investir na prevenção para enfrentar a concorrência desleal.
    O mesmo se dá na indústria de cigarros. Segundo dados da indústria, o comércio ilegal de cigarros (contrabando, falsificação e sonegação de impostos) representa mais de 28% do mercado brasileiro. Estimativas indicam que a perda de arrecadação no setor é superior a R$ 2 bilhões por ano.
    O Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios) é o mecanismo usado pela União para identificar o percurso do produto comercializado, a fim de interromper a cadeia de sonegação. Adotado em 2007, o Scorpios também permite controlar em tempo real o processo de produção e selagem dos cigarros. Fabricados pela Casa da Moeda, os selos contêm informações sobre fabricante, marca, data de fabricação e classe fiscal.
    Os Estados já podem contar também com o chamado Business Intelligence - Nota Fiscal Eletrônica (BI-NF-e), que agrega inteligência à análise dos dados gerados pelas notas fiscais eletrônicas, e já em fase de implantação em 16 Estados. O mesmo permite às Secretarias da Fazenda extrair informações para uma melhor fiscalização dos segmentos obrigados à emissão da NF-e, principalmente no controle das operações inter-estaduais.
    Além disso, contribui também para aumentar o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Um recurso para os Estados, que possibilita ampliar a arrecadação sem aumentar a carga tributária.
    Na indústria de medicamentos, outro setor bastante afetado pela sonegação e fraudes, os processos de controle são fundamentais para garantir não somente a igualdade concorrencial, mas, principalmente, para evitar riscos à saúde pública, dada a própria natureza do objeto. Em comunicado divulgado em dezembro de 2011, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que já deliberou sobre as diretrizes que nortearão a implementação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, conforme determinado pela Lei 11.903/09.
    O caminho para o pagamento de tributos deve ser simplificado no Brasil e o destino dos tributos deve ser acompanhado pela sociedade. Independentemente disso, as medidas para prevenir e fiscalizar a arrecadação precisam estar na lista de prioridades de qualquer administrador público.
    Com a implementação dos instrumentos citados, todos saem ganhando. O governo, em todas as suas esferas, dispõe de mais recursos para aplicar em melhorias sociais; a iniciativa privada, que passa a ter condições mais equânimes de mercado, e a sociedade em geral, que pode consumir produtos de qualidade testada e aprovada, da sua fabricação até a chegada ao ponto de venda.

Lei acaba com a diferença entre trabalho na empresa e remoto - http://computerworld.uol.com.br/carreira/2011/12/29/lei-acaba-com-a-diferenca-entre-trabalho-na-empresa-e-remoto/

    Lei 12.551, de 15 de dezembro, altera a CLT para incluir o teletrabalho e garantir direitos aos profissionais fazem trabalho remoto.
    A Lei 12.551, sancionada no meio de dezembro, alterou o artigo sexto da CLT para equiparar os efeitos jurídicos do trabalho exercido por meios telemáticos e informatizados ao exercido por meios pessoais e diretos. Significa que, no Brasil, deixa de haver distinção entre trabalho na empresa, em casa ou a distância. A lei é uma tentativa de acompanhar o avanço da tecnologia e o aumento da preocupação com qualidade de vida. Agora, oficialmente, não importa mais o local de trabalho, mas se o trabalhador executa a tarefa determinada pela empresa.
    O funcionário com carteira assinada que trabalha longe do escritório passa a ter os mesmos direitos dos outros, como hora extra, adicional noturno e assistência em caso de acidente de trabalho. O controle das horas e a supervisão do trabalho podem ser feitos por meios eletrônicos.
    Desde o dia 15 de dezembro, data de publicação da Lei 12.551, o artigo sexto da CLT passa a ter a seguinte redação:
            “Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.
            Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.”

Causas sagradas - http://www.dcomercio.com.br/index.php/opiniao/sub-menu-opiniao/80478-causas-sagradas - Olavo de Carvalho
 
    É um impulso natural do ser humano evadir-se da estreiteza da rotina pessoal e familiar para aventurar-se no universo mais amplo da História, onde sente que sua vida se transcende e adquire um "sentido" superior.
    A maneira mais banal e tosca de fazer isso, acessível até aos medíocres, incapazes e pilantras,é a militância num partido ou numa "causa", isto é, em algum egoísmo grupal embelezado de palavras pomposas como "liberdade", "igualdade", "justiça", "patriotismo", "moralidade"ou "direitos humanos".
    Essas palavras podem representar algum valor substantivo, mas não quando o indivíduo adquire delas todo o valor que possa ter, em vez de preenchê-las com sua própria substância pessoal.
    A mais criminosa ilusão da modernidade foi persuadir os homens de que podem enobrecer-se mediante a identificação com uma "causa", quando na verdade todas as causas, enquanto nomes de valores abstratos, só adquirem valor concreto pela nobreza dos homens que a representam.
    O fundo da degradação se atinge quando algumas "causas" são tão valorizadas que parecem infundir virtudes, automaticamente, em qualquer vagabundo, farsante ou bandido que consinta em representá-las.
    A palavra mesma "virtude" provém do latim vir, viri, que significa "varão", designando que é qualidade própria do ser humano individual e não de ideias gerais abstratas, por mais lindos e atraentes que soem os seus nomes.
    Não há maior evidência disso do que o próprio cristianismo, o qual, antes de ser um "movimento", uma "causa", uma instituição ou mesmo uma doutrina, foi uma pessoa de carne e osso, a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, da qual, e unicamente da qual, tudo o que veio depois na história da Igreja adquire qualquer validação a que possa aspirar.
    Quando tomada como medida máxima ou única de aferição do bem e do mal, a "causa" adquire o prestígio das coisas sagradas e se torna objeto de alienação idolátrica.
    Ora, em maior ou menor medida isso acontece com todas, absolutamente todas as causas políticas, sociais e econômicas do mundo moderno, sem exceção. O comunismo, o fascismo, o feminismo, a negritude, o movimento gay, às vezes o próprio liberalismo ou, em escala menor e local, o petismo, não admitem virtude maior que a de aderir à sua causa, nem pecado mais hediondo que o de combatê-la.
    Para os militantes, "bom" é quem está do seu lado, "mau" quem está contra. É um julgamento de última instância, contra o qual não se pode alegar, nem como atenuante, qualquer valor mais universal encarnado numa pessoa concreta.
    Embora todos esses movimentos sejam historicamente localizados, não fazendo sentido fora de um estrito limite cronológico, os julgamentos morais baseados neles vêm com uma pretensão de universalidade atemporal, abolindo até mesmo o senso da relatividade cultural: para as feministas enragées, a autoridade do macho é odiosa em qualquer época, mesmo naquelas em que a dureza das condições econômicas, os perigos naturais e a ameaça das guerras constantes tornavam impensável qualquer veleidade de igualitarismo sexual.
    Mais ainda: o esforço desenvolvido em público a favor da "causa" é um critério tão absoluto e definitivo de julgamento, que, uma vez atendido, dispensa o indivíduo de praticar na sua vida pessoal as próprias virtudes que o movimento diz representar.
    Alegar, por exemplo, que Karl Marx instaurou em casa a mais rígida discriminação de classe, excluindo da mesa da família o filho ilegítimo que tivera com a empregada, é considerado um "mero" argumentum ad hominem que nada prova contra o valor excelso da "causa" marxista.
    Do mesmo modo, o sr. Luiz Mott é louvado por seu combate em favor do casamento gay, embora se gabe de ter ido para a cama com mais de quinhentos homens, isto é, de não ter o mínimo respeito pela instituição do casamento, seja hetero, seja homo. Mutatis mutandis, as mais óbvias virtudes pessoais do adversário tornam-se irrelevantes ou desprezíveis em comparação com o fato de que ele está "do lado errado".
    Moralmente falando, Francisco Franco, Charles de Gaule ou Humberto Castelo Branco, homens de uma idoneidade pessoal exemplar, foram infinitamente superiores a Fidel Castro ou Che Guevara, assassinos em série de seus próprios amigos, isto para não falar de Mao Dzedong, estuprador compulsivo. Mas qual comunista admitiria enxergar nesse detalhe um sinal, mesmo longínquo, de que a nobreza da causa que defende talvez não seja tão absoluta quanto lhe parece? Mesmo as virtudes dos mártires e dos santos nada significam, em comparação com um alto cargo no Partido.
    Quando digo que esse fenômeno traduz a sacralização do contingente e do provisório, não estou fazendo figura de linguagem. Mircea Eliade, e na esteira dele praticamente todos os historiadores da religião, definem o "sagrado" como tudo aquilo a que se atribui um valor último, uma autoridade julgadora soberana e insuperável, imune, por sua vez, a todo julgamento.
    Na medida em que tomam a adesão ou rejeição à sua causa como critério derradeiro e irrecorrível de julgamento das condutas humanas, os movimentos a que me referi acima se tornam caricaturas grotescas da religião e da moralidade, e por sua simples existência já produzem a degradação moral da espécie humana ao nível da simples criminalidade politicamente oportuna.

Reflexao/Curiosidades/Relaxe

Clint Eastwood - "O trabalho me mantém jovem" - http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/186410_O+TRABALHO+ME+MANTEM+JOVEM+

colocar fotos clint

    O ator e diretor americano diz que o exercício físico o faz entender melhor as coisas e planeja filmar "Nasce uma Estrela" com Beyoncé
    Aos 81 anos, o ator e cineasta Clint Eastwood não dá sinais de cansaço. Apesar da pele envelhecida e da voz mansa, ele conserva o charme e a determinação dos caubóis que interpretou no passado. E tem uma receita: levanta pesos todos os dias de manhã, antes de encarar um dia de filmagem. Mas é o trabalho, mais do que tudo, que para ele o mantém com espírito jovial e ainda em atividade. Na semana passada, aceitou ser capa da revista do jornal francês “Le Monde”, sob a condição de não ter suas rugas apagadas pelo Photoshop. “Esperava ter me aposentado 30 anos atrás. Como não aconteceu, será preciso mais que uma dor nas costas para me fazer parar’’, brincou Eastwood, em entrevista à ISTOÉ em Los Angeles. Ele está lançando “J. Edgar”, protagonizado por Leonardo DiCaprio, com estreia agendada para a sexta-feira 27 nas telas brasileiras. A cinebiografia reconstrói a trajetória profissional e pes­soal de J. Edgar Hoover, chefe do FBI (Federal Bureau of Investigation) por 48 anos. Eastwood quis contar a história dessa lendária figura pública dos EUA porque, além de fascinante, a sua vida permite traçar paralelos com personalidades atuais. “O fato de ninguém con­seguir tirá-lo do cargo me lembra alguns figurões de hoje, pessoas que se recusam a perder o poder, seja o pre­sidente de um estúdio de Hol­lywood, seja um magnata das comunicações”, diz o cineasta na entrevista a seguir.
   
    Istoé -O sr. está lançando “J. Edgar”, mais um filme em que apenas dirige. Não sente falta de atuar?
    Clint Eastwood - Não. Mas não descarto essa possibilidade. Confesso que no set de “Gran Torino’’, que dirigi e do qual fui o protagonista, muitas vezes eu me perguntava: por que estou atuando? Para que fazer os dois trabalhos?

    Istoé - A que conclusão chegou?
     Clint Eastwood - Como eu estava lidando com um elenco de atores não profissionais, funcionava um pouco como professor de interpretação, independentemente de ser o diretor. Mas é verdade que, dependendo do meu humor, eu me pergunto: por que você ainda se importa com tudo isso?
        
    Istoé - Fazer filmes não é mais uma prioridade?
    Clint Eastwood -Tenho com o cinema a mesma relação que tenho com o golfe. Adoro jogar golfe, mas não quero ter a obrigação de praticá-lo todos os dias. Claro que aprecio o fato de eu ainda ter o que fazer, o trabalho me mantém jovem. Pelo menos é assim que entendo. Ainda não estou preparado para me aposentar. O que poderia fazer? Certamente, ficaria bebendo cerveja pensando no que passou e nas coisas que eu poderia ter feito diferente.

    Istoé - É verdade que o sr. gosta de se exercitar antes das filmagens, montando uma academia de ginástica no set?
    Clint Eastwood - Não chega a ser uma academia. Gosto de levantar peso quando chego ao set, bem cedinho. É para melhorar a minha circulação.

    Istoé - Isso faz parte do seu ritual matinal?
     Clint Eastwood - Sim. Procuro me cuidar. Nos estúdios da Warner há uma ótima academia e, às vezes, eu passo por lá. Acho ótimo me exercitar pelo efeito que isso me proporciona, tanto físico quanto mental. Muitas vezes, o exercício ajuda a tirar a minha mente do que estou fazendo. Assim, quando eu volto ao assunto, tenho um olhar revigorado.

    Istoé - O sr. acha que J. Edgar Hoover aprovaria o seu novo filme?
     Clint Eastwood - Não sei. Talvez ele o odiasse. Hoover não foi um cara necessariamente mau. Prefiro pensar que ele foi um homem bom que ultrapassou os limites. A maioria das pessoas que comete excessos não gosta de admiti-los.

    Istoé - Hoover gostava de se vangloriar na vida real. A cinebiografia não faz o mesmo com o personagem?
    Clint Eastwood - Se eu não tivesse preenchido lacunas na sua vida, não teríamos filme algum. São poucos os livros publicados sobre ele e muitos apenas fazem especulações. Mesmo quando Hoover estava vivo, ninguém sabia muito sobre o homem, a não ser o que saía nos jornais.

    Istoé - Como ele era tratado pela mídia na época?
     Clint Eastwood - Como um dos policiais mais admirados e temidos do país. Eu mesmo cresci tendo Hoover como um herói. Só muito mais tarde descobri que a história não era bem assim.

    Istoé - O que mais o fascina na personalidade de Hoover?
    Clint Eastwood -A sua obsessão pelo poder. Ele comprova a teoria de que as pessoas sempre fazem coisas estranhas quando estão no topo do mundo. A verdade é que ninguém deveria ficar no mesmo cargo por tanto tempo. No seu caso, foram 48 anos, é tempo demais. Muitas vezes, vemos os governantes perder a noção do que fazem em apenas alguns anos de administração.

    Istoé -Por que essa história é relevante nos dias de hoje?
    Clint Eastwood - Podem ser feitas muitas analogias entre a trajetória dele e a sociedade atual. A paranoia que o levou à caça aos comunistas não é muito diferente do sentimento pós-11 de setembro, que mantém o mundo em constante tensão diante dos terroristas. O fato de ninguém conseguir tirá-lo do cargo também me lembra alguns figurões de hoje, pessoas que se recusam a perder o poder, seja o presidente de um estúdio de Hol­lywood, seja um magnata das comunicações. Essas pessoas esquecem que, ficando tempo demais num cargo, perdem a sua utilidade.

    Istoé - Que excessos de Hoover mais o incomodam?
    Clint Eastwood - Ele foi maldoso com muitos, inclusive com o senador Robert Kennedy, que detestava. Quando o presidente John Kennedy foi assassinado, Hoover deu a notícia de uma forma cruel. A maneira como ele usava a informação para exercer a autoridade era terrível. Foi Hoover quem indiretamente ajudou Lyndon Johnson a se tornar o vice-presidente de JFK. Johnson era seu amigo e ele impôs o seu nome ao ameaçar expor a conduta sexual de JFK. O FBI tinha um arquivo meticuloso sobre esse tópico.

    Istoé - Ironicamente, o filme trata com bastante sutileza a suposta homossexualidade do ex-diretor do FBI.
     Clint Eastwood - O roteiro procurou incorporar todas as especulações sobre o personagem, inclusive a hipótese de que ele gostava de se vestir de mulher. Não seria justo, contudo, apresentar isso co­mo verdade. No filme ele só põe o vestido da mãe quando ela morre. E o que isso quer dizer? Que ele era gay ou que queria apenas se sentir perto da mãe? Tratamos da mesma maneira o seu suposto envolvimento com o seu assistente Clyde Tolson. Quem poderia saber se eles realmente foram amantes?
    
    Istoé - Ele gostava de circular por Holly­wood. O sr. o encontrou alguma vez?
     Clint Eastwood - Não. O mais perto que cheguei foi conhecer algumas pessoas que trabalharam com ele no FBI. Eu me lembro bem de vê-lo posando com estrelas de cinema. Recordo da foto em que aparece beijando Shirley Temple nos jornais, nos anos 1930. Como eu era garoto, vê-lo ensinando a menina a montar num cavalo mecânico me marcou. Na medida do possível, fiz questão de incluir situações que fizeram parte da minha infância. As fotos do bebê Lindbergh que mostro no filme são reais (a trama aborda o sequestro do filho do aviador Charles Lindbergh, um caso que Hoover ajudou a solucionar).

    Istoé - Leonardo DiCaprio correspondeu às suas expectativas para o papel?
     Clint Eastwood - Completamente. Leo é mesmo um dos atores mais aplicados de sua geração e não tem medo de trabalhar duro. Como Morgan Freeman, Gene Hackman ou Hillary Swank, outros que adorei dirigir, ele chega ao set preparado para tudo. E é assim que eu gosto.

    Istoé - Não pensou em usar um ator mais velho para a fase final de Hoover e, assim, evitar o uso de uma maquiagem pesada?
    Clint Eastwood - Eu queria Leo dos 20 aos 70 anos. Entendo que a plateia observe a maquiagem por alguns segundos, tentando imaginar se será assim mesmo que ele ficará na velhice. Espero, no entanto, que o público supere isso rapidamente e siga o personagem, sem pensar mais no assunto.

    Istoé - Por que o sr. não gosta de filmar uma cena muitas vezes?
     Clint Eastwood - Muitos atores acham que podem fazer melhor a partir da segunda tomada, mas nem sempre é verdade. O próprio Leo me pediu para fazer de novo algumas cenas. Às vezes, ele estava certo, apresentando uma melhora na nova tomada. Outras vezes, não. O problema é que muitas vezes o ator quer buscar a perfeição.

    Istoé - E isso não é bom?
     Clint Eastwood - Claro. Mas não é preciso. Conheço atores que são bons até quando erram (risos).

    Istoé - Lembra de algum caso específico?
     Clint Eastwood - Quando dirigi Meryl Streep em “As Pontes de Madison’’, eu lhe mostrei uma versão inacabada do filme e ela reclamou. Disse: “Você guardou todos os meus erros! Eu respondi: “Claro! Eles são tão bons” (risos).

    Istoé - Com a experiência, não acha que tem muito mais a dizer?
     Clint Eastwood - É verdade. Eu nunca me conformei com o fato de Billy Wilder, que viveu até os 90 anos, ter se aposentado aos 60. Eu me perguntava por que o cara que fez “Quanto Mais Quente Melhor’’ e “Crepúsculo dos Deuses’’ parou de filmar. O mesmo eu sentia com relação a Frank Capra, que costumava visitar. Até hoje não entendo o que aconteceu. Não sei se eles é que deixaram o cinema ou se foi o cinema que os deixou.

    Istoé - O sr. se vê como o cineasta português Manoel de Oliveira, na ativa aos 103 anos?
     Clint Eastwood - É cedo para dizer. Conheci Manoel no Festival de Cannes, anos atrás. quase perguntei: qual o uísque que o sr. toma? Manoel ainda tem muita vitalidade, como quem está determinado a chegar aos 110. Às vezes, até fico desconfiado. Ou ele é mesmo incrível ou andou mentindo. Talvez Manoel esteja com 60 anos e diga ter passado dos 100 só para ouvir as pessoas dizer como ele ainda está bem para a idade (risos).

    Istoé -Já sabe qual será o seu próximo filme?
     Clint Eastwood - Eu ia filmar “Nasce uma Estrela’’ com Beyoncé. Mas tive de adiar porque ela ficou grávida. Adiamos o projeto por um tempo. Talvez o façamos num futuro próximo.

Vaticano ocupa 0,44 quilômetro quadrado e possui cerca de 1.800 habitantes
    O Vaticano é o menor país do mundo, considerando-se como país um Estado independente, com território e governo próprios. Situa-se na cidade de Roma, na margem esquerda do Rio Tibre. Ocupa área de 0,44 km². As estatísticas de 1993 mostravam população residente de 1.800 pessoas, constituída por clérigos e funcionários.

Dois túneis gêmeos atravessam o Canal da Mancha formando a maior passagem submarina do mundo
    A maior e mais longa passagem submarina do mundo é a do Canal da Mancha. É constituído de dois túneis gêmeos, cada qual com 7,6 metros de diâmetro e 49,94 quilômetros de comprimento. Custou 16 bilhões de dólares (em torno de 21 bilhões de reais) e foi inaugurado em 6 de maio de 1994, pela rainha da Inglaterra, Elisabeth II, e o presidente da França, François Mitterrand.

Boletim do Joaozinho
    O pai do Joãozinho ficou apavorado quando este lhe mostrou o boletim.
    - Na minha época as notas baixas eram punidas com uma boa surra.
    - Legal pai ! Que tal pegarmos o professor na saída amanhã?

A professora
    Na escola, a professora explica: Se eu digo 'fui bonita' é passado.
    Se digo 'sou bonita' o que é Joãozinho?
    - É mentira...


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